- Publicado: 07 Janeiro 2014
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Fico impressionada com o numero de pessoas que chegam ao meu consultório com queixas importantes sobre seus estados de ânimo e de humor.
Creio que devemos considerar esse assunto com muita seriedade porque vivemos em sociedade e nossas ações e reações irão causar impacto no mundo à nossa volta, começando pelo nosso lar, nosso trabalho e indo refletir no meio ambiente e em todo o planeta. Aí, caro leitor, você pode me questionar: mas, doutora, eu tenho todo esse poder? E eu lhe respondo: tem!
Um oceano é feito por inúmeras gotículas de água e veja que força ele adquire quando todas estão juntas. Assim somos nós, raça, "dita" humana, a viver em um planeta que está sendo destruído pelas nossas intempéries.
Mas, nem tudo está perdido! Acreditando que se cuidarmos bem da nossa saúde mental e emocional estaremos beneficiando o mundo, que pacificando o nosso ser ajudamos a pacificar a terra, me inspirando a falar sobre a importância do nosso humor no dia-a-dia.
Eu brinco, às vezes, dizendo que humor "pega".
Você, com certeza, conhece alguém que "contamina" as pessoas ao redor com um estado de ânimo sempre positivo, bem disposto, tentando inspirar bons sentimentos a quem está à sua volta.
São geralmente pessoas de bem com a vida, que buscam resolver seus problemas da maneira menos complicada possível. Se observarmos, essas pessoas geralmente têm hábitos mais saudáveis, buscam inspirações filosóficas ou espirituais para diminuir os impactos dos problemas do dia-a-dia. Ai já começa toda a diferença, inclusive na função bioquímica cerebral.
"Somos o que pensamos e também o que comemos"
Somos o que pensamos e também o que comemos. Repare só: antes de fazermos qualquer coisa, certa ou errada, nós pensamos e depois agimos. Isso acontece nos níveis mental, emocional e bioquímico.
Tratamento mental: Devemos evitar que fiquem guardados em nossas mentes pensamentos tristes, amargos, rancorosos, enfim, pensamentos que possam "poluir" o mundo à nossa volta. Nunca se esqueça que ao pensarmos estamos consumindo nossa energia e "contaminando" o mundo com o fruto do nosso pensamento. Selecione o que vai guardar na sua mente.
Tratamento emocional: Quantas vezes na nossa vida somos motivados por sentimentos menores, gerados por situações ou por pessoas que não deveriam ser levadas tão a sério, por não estarem bem preparadas para emitir uma opinião consistente a respeito de um determinado assunto? Mas, as nossas inseguranças nos arrastam para um poço de complexos e traumas do qual muitas vezes é complicado emergir.
Tratamento bioquímico do humor: Bem, felizmente hoje em dia já se tem mais conhecimento a respeito da bioquímica cerebral e sabe-se que além das drogas antidepressivas, usadas às vezes até de forma indiscriminada, já existem recursos nutricionais e bioquímicos mais naturais para melhorar o humor. Sabe-se atualmente que existem substâncias como a serotonina e as endorfinas que são responsáveis pelo bom humor.
Essas substâncias são muito atuantes no sistema nervoso central e pode ter sua concentração sanguínea melhorada com o uso de alimentos ricos em triptofano (aminoácido), vitaminas do complexo B, ácido fólico, fosfolipídios e outros tantos envolvidos na atividade bioquímica cerebral.
O consumo de peixes (ricos em ômega 3 e ômega 6), de vegetais e frutas frescas, de fibras , cereais e vegetais ajudam a manter uma bioquímica corporal saudável. Uma atividade física aeróbica diária por 30 minutos ajuda o coração e a mente, pois também facilita a liberação de endorfinas.
Existem ainda outros recursos usados pela medicina, na sua atividade ortomolecular, que são os agentes antioxidantes (que só devem ser usados se prescritos por um médico especialista), que também podem ser de grande valia para ajudar-nos a ficar de bem com a vida.
De resto, para ser feliz, medite, reflita nas suas atitudes, lembre-se que o mundo nos devolve o que plantamos, por isso, escolha bem as sementes que irão dar como frutos o seu futuro, lembrando-se que ser feliz depende, antes de tudo, de NÓS.
Dra. Sandra Alves é médica especializada em cínica geral, em homeopatia e medicina ortomolecular.
Matéria publicada na revista MAIS em setembro 2007 – página 36